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Napoleão Poeta de Siqueira

Quando prefeito de Cambará, o Doutor Miguel Dinizo doou o terreno, exatamente onde aconteceu esse júri, para construção do prédio de vinte andares que ali está erguido

Jomar Medeiros
Por: Jomar Medeiros Fonte: Da Redação
25/05/2025 às 15h43
Napoleão Poeta de Siqueira

Por Carlos Gnaspini

Ainda nem tinha nascido, quando houve um crime passional em nossa Cambará. Esse episodio quem me contou foi o Dr. Miguel Dinizo, jovem recém formado em medicina e por sinal, um grande médico que aqui chegou para ganhar a vida no ano de 1.937. De início, como todo jovem tinha ele, dúvida sobre o que exatamente queria exercer na sua vida, se medicina ou direito. Para começar formou-se em medicina e já com uma certa idade, formou-se em direito. Quer dizer, o Dr. Miguel Dinizo conseguiu os dois objetivos. Mas voltando ao crime passional:

Napoleão Poeta de Siqueira, vindo de Amparo, Estado de São Paulo, foi o proprietário da grande fazenda de café “São João” vendida a Manoel Maria Leal, mas antes que ele a vendesse, na sede daquela fazenda, aconteceu um fato que marcou Cambará, ele assassinou sua linda esposa por ciúmes de um empregado.

A sessão do júri aconteceu no velho prédio de madeira, onde funcionou por muitos anos o Tiro de Guerra da nossa cidade, ou seja, em frente onde foi a grande loja do senhor Wady Massabki.

Esse crime teve grande repercussão por vários motivos: O criminoso era militar. O criminoso era rico. O criminoso era influente. O criminoso era vereador e, para completar, o criminoso era um homem bonito, tipo galã Hollywoodiano.

Muito bem.

Para esse júri, foi contratado um advogado de São Paulo especializado nessa área e no dia, esse profissional usou dentre outros argumentos, o mais forte dos argumentos: O AMOR.

Chorando e com muita eloquência falou muito sobre o amor e no final disse: “Por Amor, nos braços de Cleópatra, César perdeu o maior Império do mundo. Por amor, Nero incendiou Roma e por amor, Napoleão Poeta de Siqueira assassinou sua amada esposa. O que o homem não faz por amor... O que o homem não faz por amor... Amor...”

Absolvido 7 x 0.

Quando prefeito de Cambará, o Doutor Miguel Dinizo doou o terreno, exatamente onde aconteceu esse júri, para construção do prédio de vinte andares que ali está erguido, mas com uma condição: Que o prédio que alí fosse erguido, tivesse o nome de Nísia Camargo Caetano Dinizo.

Amor...