Sexta, 16 de Maio de 2025
13°C 28°C
Cambará, PR
Publicidade

Brasil em 2015 x 2025

O que mudou desde a última vez que a Selic bateu 14,25%?

Jomar Medeiros
Por: Jomar Medeiros Fonte: Da Redação
25/04/2025 às 18h18
Brasil em 2015 x 2025

A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, voltou a atingir 14,25% ao ano, marca que não era vista desde julho de 2015. Na época, a economia brasileira enfrentava um cenário de crise severa, inflação descontrolada e desemprego crescente. Mas o que mudou de lá para cá?

O Brasil de 2015: crise, recessão e instabilidade política

Em 2015, o país vivia um dos períodos mais difíceis de sua história recente. A economia encolhia, os preços disparavam e o desemprego subia rapidamente. Para piorar, a crise econômica andava de mãos dadas com uma crise política que culminaria no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Os principais números da época mostram um Brasil à beira do colapso:

Inflação: o IPCA fechou o ano em 10,67%, mais que o dobro da meta do Banco Central e o maior índice desde 2002.

PIB: a economia recuou 3,8%, a maior queda desde o início da série histórica do IBGE, em 1996. O PIB per capita caiu 4,6%, refletindo o empobrecimento da população.

Desemprego: a taxa atingiu 9,6%, com um aumento de 2,8 milhões de pessoas na fila do desemprego em apenas um ano.

Indústria: o setor produtivo desmoronou, com uma retração de 8,3%. A indústria automotiva, por exemplo, caiu 25,9%, impactando toda a economia.

Serviços: o setor, que responde por grande parte do PIB, fechou o ano com queda de 3,6%, sendo o transporte o mais afetado (-6,1%).

E o Brasil de 2025?

Embora a inflação ainda seja uma preocupação, o Brasil de hoje apresenta uma realidade bem diferente.

Inflação controlada: o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,06%, metade do índice de 2015.

Crescimento econômico: o PIB cresceu 3,4% em 2024, marcando o quarto ano seguido de alta.

Desemprego no menor nível da história: a taxa caiu para 6,5%, o menor índice para o período desde o início da série do IBGE, em 2012.

Dessa vez, a Selic alta acontece em um contexto de crescimento e mercado de trabalho aquecido, bem diferente da recessão profunda de dez anos atrás. A grande questão agora é: como a economia reagirá daqui para frente?