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Os Músicos, as Músicas e as nossas Emoções!

Lulu Santos, um dos músicos mais respeitados e admirados do Brasil, conta um pouco de sua história nas músicas que escreveu, revelando por exemplo que o sonho de ser músico já existia desde a vida escolar.

Jomar Medeiros
Por: Jomar Medeiros Fonte: Graça Maria
24/04/2025 às 01h05
Os Músicos, as Músicas e as nossas Emoções!

Lulu Santos, um dos músicos mais respeitados e admirados do Brasil, conta um pouco de sua história nas músicas que escreveu, revelando por exemplo que o sonho de ser músico já existia desde a vida escolar. (Quando eu era pequeno; Eu achava a vida chata; Como não devia ser; Os garotos da escola; Só a fim de jogar bola; E eu queria ir tocar guitarra na TV; - Música: Minha Vida).

E quantas não são as pessoas que desde a infância também acalentaram o sonho de tornar-se um dia um músico famoso. Ao ouvirem Lulu, recordam seu sonho, mesmo que na vida adulta, o sonho tão desejado não tenha tornado realidade.

Márcio Miranda Pontes, na página da Sociedade Artística Brasileira, escreve que a influência da música nas emoções humanas é perceptível desde as épocas mais remotas. Lembra que o som é um recurso tão poderoso, que tem a capacidade de impactar todo o ambiente submetido a ele. As melodias podem oferecer uma harmonia perfeita por meio do ritmo e até mesmo da tonalidade. Afirma, que a influência da música na emoção humana pode ser percebida por diversos aspectos, e que não é novidade que muitas pessoas gostam de expressar os sentimentos por meio do som. Menciona que a emoção causada pelas canções também pode estar incluída em um contexto social.

A música embala o ser humano desde o momento que descobrimos o valor do som. Na história das Religiões, a música sempre esteve presente, ligando o ser humano a Deus. Os "Salmos" por exemplo, contidos na Bíblia, são músicas e poesias que os povos Hebreus e Judeus, cantavam e recitavam.  O autor mais conhecido, que escreveu mais "Salmos", é o rei Davi, que viveu segundo estudiosos, 1.040 anos antes de Jesus. O livro de "Salmos" é um hinário com as melhores canções para Deus, escrito ao longo de vários séculos. Muitos salmos não têm autor identificado, mas provavelmente eram cânticos conhecidos por muitas pessoas.

Nos dias atuais, de tantas aflições e desencantos, ao ouvirmos uma música como "Noites Traiçoeiras" de autoria de Carlos Pappae/Simone Telésforo, nos falando que "Deus está aqui neste momento; Sua presença é real em meu viver; Entregue sua vida e seus problemas; Fale com Deus; Ele vai ajudar você", pode nos proporcionar refrigério e consolo para a alma. Da mesma forma quando buscamos por exemplo, o "Salmo 23": "O Senhor é o meu pastor e nada me faltará; Entre pastos verdejantes; me fará repousar; E para o rio tranquilo; não há que possa me guiar; Sou ovelha que precisa de um pastor". Ou ainda, a Oração atribuída a Francisco de Assis: "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz; Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé". Ou também, "A Montanha", de Roberto Carlos: "Eu vou seguir uma luz lá no alto; Eu vou ouvir uma voz que me chama; Eu vou subir a montanha e ficar bem mais; Perto de Deus e rezar; Eu vou gritar para o mundo me ouvir; E acompanhar toda minha escalada; E ajudar; A mostrar como é o meu grito de amor e de fé".

Um dito popular assegura que "quem canta seus males espanta", que pode ser traduzido como alívio de estresse ou de tristeza. Márcio Miranda Pontes diz, que algumas músicas conseguem mexer com o nosso imaginário. A letra nos faz lembrar de situações vivenciadas. Os acordes utilizados nela conseguem provocar arrepios em nossa pele. Canções que em algum momento foram especiais em nossas vidas. Diante disso, é possível mencionar que algumas canções provocam uma memória afetiva nos seres humanos. Além disso, não é novidade que muitas pesquisas vêm apontando que a música pode ser usada como uma grande aliada no tratamento de determinadas doenças. Nesse contexto, a musicoterapia vem ganhando cada vez mais espaço dentro da sociedade. As nossas reações podem comprovar os benefícios dela. Até porque quando ouvimos uma música agradável o nosso cérebro tende a liberar a famosa endorfina. Esse processo proporciona um alívio natural para as dores. A dopamina também é liberada nesse momento, tendo a capacidade de provocar sensação de força, vivacidade, otimismo e energia. Além disso, por meio da influência da música também conseguimos aumentar a imunidade. Continua Márcio: "como a música beneficia as nossas emoções? Antes de tudo, é essencial entender que a música contém ondas sonoras potentes. Além disso, a velocidade dessas ondas tem a capacidade de influenciar as nossas emoções. As canções mais agitadas ajudam a elevar a disposição. Já as músicas mais lentas estimulam o estado de relaxamento. Não é por acaso que, na maior parte das vezes, escutamos músicas que estão em sintonia com as nossas emoções. A música pode ser entendida como uma das formas de expressão mais antiga. Além disso, ela tem a capacidade de ativar diversas regiões do nosso cérebro. Por isso ela impacta o campo mental e emocional dos seres humanos", explica.

Algumas músicas e músicos, atravessam gerações, e acabam por tornarem-se "atemporais". É o caso dos sucessos musicais dos "Beatles", "Rolling Stones", "Elvis Presley", a nível internacional, e os sucessos musicais da era da "Jovem Guarda" no Brasil, que vão produzindo fãs pelas décadas afora, de todas as idades.

No Brasil, nos anos de 1980, surgiram grandes Bandas de Rock como o grupo "Titâs", que ainda nos dias atuais permanecem lotando espaços de shows país afora. Entre os muitos sucessos da Banda, a letra de "Epitáfio" de autoria de Sergio Affonso/Eric Silver, nos ajuda a repensar a vida enquanto é tempo, para aprendermos a dar valor no que realmente tem valor.

"Devia ter amado mais; Ter chorado mais; Ter visto o sol nascer; Devia ter arriscado mais; E até errado mais; Ter feito o que eu queria fazer;

Queria ter aceitado; As pessoas como elas são; Cada um sabe a alegria; E a dor que traz no coração;

O acaso vai me proteger; Enquanto eu andar distraído; O acaso vai me proteger; Enquanto eu andar;

Devia ter complicado menos; Trabalhado menos; Ter visto o sol se pôr; Devia ter me importado menos; Com problemas pequenos; Ter morrido de amor;

Queria ter aceitado; A vida como ela é; A cada um cabe alegrias; E a tristeza que vier;

O acaso vai me proteger; Enquanto eu andar distraído; O acaso vai me proteger; Enquanto eu andar;

Devia ter complicado menos; Trabalhado menos; Ter visto o sol se pôr".

E o que dizer da música "Evidências", composição de José Augusto/Paulo Sérgio Valle, gravada por Chitãozinho e Xororó em 1990 no Brasil, mas que atravessou fronteiras e também foi gravada em inglês, espanhol, italiano, francês e japonês? Para muitas pessoas, é um verdadeiro hino musical romântico.

"Quando eu digo que deixei de te amar; É porque eu te amo; Quando eu digo que não quero mais você; É porque eu te quero; Eu tenho medo de te dar meu coração; E confessar que eu estou em tuas mãos; Mas não posso imaginar; O que vai ser de mim; Se eu te perder um dia;

Eu me afasto e me defendo de você; Mas depois me entrego; Faço tipo, falo coisas que eu não sou; Mas depois eu nego; Mas a verdade; É que eu sou louco por você; E tenho medo de pensar em te perder; Eu preciso aceitar que não dá mais; Pra separar as nossas vidas;

E nessa loucura de dizer que não te quero; Vou negando as aparências; Disfarçando as evidências; Mas pra que viver fingindo; Se eu não posso enganar meu coração?; Eu sei que te amo!

Chega de mentiras; De negar o meu desejo; Eu te quero mais que tudo; Eu preciso do seu beijo; Eu entrego a minha vida; Pra você fazer o que quiser de mim; Só quero ouvir você dizer que sim!

Diz que é verdade, que tem saudade; Que ainda você pensa muito em mim; Diz que é verdade, que tem saudade; Que ainda você pensa muito em mim".

E assim, segue a humanidade desde os seus primeiros tempos, admirando os músicos que escrevem e cantam as músicas, que mexem com as nossas emoções. Estão presentes nos filmes, nas propagandas, nas formaturas, nos shows que mobilizam multidões, no dia a dia de cada um de nós, moldando nossos sentimentos de alegria, tristeza, euforia, serenidade, não importa, o que importa mesmo, e que sem música é muito difícil viver.