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Acessos a sites de apostas dobram após regulamentação no Brasil, aponta estudo

Cerca de 100 sites de apostas mais acessados registraram 1,74 bi de visitas somente em janeiro de 2025

Jomar Medeiros
Por: Jomar Medeiros Fonte: Natasha Guerrize/Assessora de Imprensa
07/03/2025 às 18h25
Acessos a sites de apostas dobram após regulamentação no Brasil, aponta estudo

Um levantamento divulgado nesta semana pela Aposta Legal revela que o acesso a sites de apostas esportivas no Brasil mais do que dobrou desde a regulamentação do setor. A regularização, sancionada pelo Governo Federal por meio do Ministério da Fazenda, trouxe novas regras para a operação das plataformas e gerou um aumento significativo no interesse dos brasileiros por essa modalidade de entretenimento.

De acordo com a pesquisa, os 100 sites de apostas mais acessados no País registraram 1,74 bilhão de visitas em janeiro de 2025, o que representa o dobro do volume observado em dezembro de 2024, quando foram contabilizados 883 milhões de acessos, considerado, esse, um recorde à época.

A regulamentação introduziu diversas novidades ao mercado, que vão desde a obrigatoriedade de autorização para operar e limites à publicidade até a criação de tributos e a destinação específica de parte das receitas arrecadadas a áreas estratégicas, como saúde, educação e esporte. Esses fatores foram decisivos para aumentar a confiança dos consumidores nas plataformas e estimular o crescimento do setor. Além disso, a legislação prevê mecanismos para combater práticas como manipulação de resultados e lavagem de dinheiro, essenciais para garantir um mercado justo e ético.

De acordo com Felipe Crisafulli, sócio do Ambiel Advogados e membro da Comissão de Direito dos Jogos, Apostas e do Jogo Responsável da OAB/SP, a regulamentação desempenha um papel essencial no desenvolvimento sustentável das apostas esportivas no país. "A legalização não apenas atrai grandes operadoras internacionais para o Brasil, como separa o joio do trigo. Aqueles que realmente querem operar de forma séria, de acordo com regras claras e dentro de um ambiente saudável, são os mais beneficiados", afirma o especialista.

Crisafulli ressalta que o crescimento deve ser acompanhado de ações educativas sobre o jogo responsável, de modo que o entretenimento não se transforme em um problema social. “Do ponto de vista do consumidor, o mercado regulado assegura, ainda, que os seus direitos sejam respeitados pelas casas de apostas. Do contrário, estas ficarão sujeitas às penalidades impostas pela lei e pelo órgão regulador. Mais do que mero conjunto de normas, trata-se de verdadeira situação de ganha-ganha, em que o setor como um todo sai fortalecido, a partir de um ambiente mais seguro e íntegro à operação. De quebra, o Governo também é beneficiado, com o incremento na arrecadação, a partir dos tributos incidentes sobre a operação”.

Outro ponto levantado pelo especialista é a importância de conscientizar os usuários sobre práticas de jogo responsável. Com o aumento do número de apostadores, cresce também a necessidade de medidas preventivas para evitar casos de ludopatia. "É fundamental que as plataformas sigam protocolos de segurança, como a possibilidade de autoexclusão, limites de apostas e campanhas educativas que orientem os usuários sobre os riscos do jogo compulsivo. Frisar, em toda campanha publicitária, que o jogo é entretenimento, e não meio de vida ou fonte de renda, é imprescindível", complementa.

Para o setor esportivo, a regulamentação trouxe benefícios econômicos imediatos, com contratos de patrocínio milionários e novas fontes de receita para clubes e federações. No entanto, a relação entre esporte e apostas exige monitoramento constante. "As parcerias com casas de apostas precisam ser transparentes e comprometidas com a integridade do esporte. Isso inclui ações de monitoramento para evitar manipulação de resultados e fortalecer a credibilidade das competições", explica o advogado.

Com o mercado em plena expansão, a regulamentação das apostas esportivas se consolida como um marco econômico e social no Brasil. No entanto, especialistas alertam que o sucesso dessa iniciativa dependerá do equilíbrio entre crescimento econômico, proteção ao consumidor e integridade esportiva, elementos essenciais para a consolidação de um mercado ético e sustentável.

Fonte:

Felipe Crisafulli - Sócio do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo e Jogo Responsável. Membro da Comissão de Direito dos Jogos, Apostas e do Jogo Responsável da OAB/SP.

 

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