Depois de uma grande pesquisa por parte do Jornal News, descobrimos que esse tipo de disseminação de medo tem acontecido em outras cidades.

Entenda:

Nos últimos dias, uma série de vídeos atribuídos a uma suposta facção criminosa começou a circular nas redes sociais e aplicativos de mensagens, espalhando medo entre os moradores de Cambará. As gravações, que mencionam uma iminente invasão da cidade e uma possível guerra entre grupos rivais, levantaram preocupações sobre a segurança pública. No entanto, apuração da equipe do Jornal News revelou que se trata de uma montagem grotesca, criada com o objetivo de gerar pânico e desinformação.

Segundo investigação, o vídeo não é inédito e tem sido compartilhado em diversas cidades, apenas com alterações nos nomes das localidades e das supostas lideranças criminosas envolvidas. Essa estratégia busca criar a falsa sensação de que o conflito está se aproximando, disseminando o temor entre a população e, ao mesmo tempo, reforçando uma ilusão de poder entre indivíduos que simpatizam com o crime organizado, ou até mesmo com o intuito de causar problemas aos nomes usados nas montagens, onde já há relatos de pessoas citadas, quando identificadas, estejam correndo risco de outros membros de outras supostas facções, causando até uma morte desnecessária.

Fontes policiais consultadas pelo Jornal News afirmam que a produção do vídeo é extremamente amadora, sem os padrões característicos de gravações autênticas feitas por facções criminosas. "A montagem é mal feita e não condiz com os padrões de comunicação utilizados por lideranças verdadeiras dessas organizações", explicou um policial experiente no combate ao crime organizado. "Isso parece mais um tipo de intimidação barata do que uma ameaça real."

A disseminação desse tipo de vídeo tem como objetivo principal gerar desordem social, provocando pânico entre os cidadãos e, ao mesmo tempo, criando um ambiente propício para indivíduos que fantasiam sobre o domínio de facções em pequenas cidades. Para a população, o conselho é claro: evitem compartilhar esse tipo de conteúdo, busquem informações em fontes confiáveis e, ao notarem movimentações suspeitas, informem às autoridades competentes.

A polícia segue monitorando a propagação dessas fake news e reforça que Cambará, Jacarezinho, Andirá e Assis, cidades que receberam esse tipo de vídeo na região, continuam seguras. Episódios como esse evidenciam a importância da responsabilidade na divulgação de informações, principalmente em tempos onde o medo pode ser usado como ferramenta de manipulação social.

Segue a transcrição de um dos 04 videos que estão sendo compartilhados aleatoriamente:

“Aí ó, Janaína, olha aí ó, olha o tamanho.  Se liga só, olha só o tamanho do furo. Pesadão mesmo, pô, tá ligado? Olha aí, ó, o parceiro.

Dá um salve, menino, ó. Tá ligado? A missão, fia, a missão. Olha o outro. Olha como ele tá, pronto pra guerra, ó. Só de bench caracol.

Tá ligado não? Não esquece, Cambará. Olha só aí, fia. Pai no piloto mesmo.

 Pegou visão? Se liga.”