A USP está imersa em um estudo inovador sobre a produção de hidrogênio a partir da biomassa residual do setor sucroalcooleiro. Com 358 usinas de cana-de-açúcar e 21 de milho no Brasil, os pesquisadores da Universidade de São Paulo buscam calcular o potencial de produção de H2, visando um combustível sustentável para a aviação. A pesquisa, liderada pelo Grupo de Pesquisa em Bioenergia (GBio) do Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP) e pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), analisará diferentes rotas, incluindo a extração de hidrogênio da biomassa excedente e do próprio etanol. O hidrogênio, cada vez mais vital na descarbonização, poderia revolucionar setores como aviação, transporte rodoviário e produção de combustíveis sustentáveis. O estudo, apoiado pelo USPSusten e INCT do Bioetanol, busca não apenas mapear o potencial atual, mas também explorar futuras fontes de biomassa. Com diferentes cenários, o projeto abrange a demanda por etanol e considera o etanol de segunda geração, mais sustentável por ser produzido a partir do bagaço de cana. O conceito de bioeconomia circular é fundamental, onde resíduos de biomassa, como o bagaço, geram energia de forma sustentável, evitando expansões na área de plantio. Embora a tecnologia de transformação de hidrogênio em combustível de aviação esteja em fase laboratorial, os pesquisadores estão atentos aos avanços, reconhecendo a perspectiva significativa do hidrogênio como precursor de combustíveis sustentáveis de aviação. A pesquisa, pioneira ao analisar amplamente todas as usinas do país, promete contribuir significativamente para o futuro energético e ambiental do Brasil.
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