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Futebol e política não se discute

Penso que as funções de um técnico de futebol são muito parecidas com as de um governante

Jomar Medeiros
Por: Jomar Medeiros Fonte: Da Redação
02/12/2023 às 18h45
Futebol e política não se discute

Endrick poderia ter sido titular antes, como dizem muitos torcedores palmeirenses, fazendo coro com boa parte da mídia esportiva? A meu ver, não. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, bem que tentou, mas não deu certo. Explico.

O Palmeiras perdeu Dudu, um de seus maiores ídolos e referência dentro de campo, no jogo contra o Vasco da Gama, na 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Jogaram, na oportunidade, Artur pela direita, Dudu pela esquerda e Rony centralizado. Vitória de 1x0. Até aqui todos consideravam esse o ataque ideal do alviverde.

Com a lesão de Dudu, vieram as tentativas de jogar com Artur pela esquerda, Mayke pela direita e enfim, todos sabemos no que deu. Artur e Rony perderam muito rendimento a partir da lesão de Dudu e o ataque não funcionava tão bem.

Na 22ª rodada o Palmeiras jogava com dois zagueiros e empatou em 0x0 com o Corinthians, com Endrick entrando aos 68 minutos e tendo alguns bons lampejos. Começou a aparecer novamente ali.

Ainda com dois zagueiros, o Palmeiras jogou contra o Goiás, vitória, gol de Breno Lopes nos acréscimos (23ª rodada), e Endrick entrou aos 68 minutos, não conseguindo obter um bom desempenho.

Contra Boca Juniors pela Copa Libertadores, Grêmio, Bragantino, Santos e Atlético Mineiro, Endrick esteve em campo, e o Palmeiras ainda jogava com dois zagueiros. Com exceção dos jogos contra o Boca, Endrick foi titular nessas 4 partidas, todas terminando com derrotas, ou seja, ele não estava resolvendo os jogos porque, repito, tentava imitar Rony.

Contra o Boca, o garoto de apenas 17 anos fez um bom segundo tempo no Allianz Parque (nota Sofascore 6,8), mas quem fez o gol de empate foi o lateral uruguaio Piquerez. Luis Guilherme, outro garoto formado nas categorias de base do Palmeiras, jogou mais que Endrick nesse jogo, com nota 7,3. O resultado foi desastroso, com o Palmeiras eliminado pelos argentinos nos pênaltis.

Aí veio a mudança promovida por Abel Ferreira, passando a jogar com três zagueiros contra o Coritiba, vitória do Palmeiras sem Endrick, dando início à arrancada que levou à goleada contra o São Paulo e à vitória contra o Bahia. A partir desse jogo com os tricolores Endrick não saiu mais e fez o que fez contra Botafogo (2 gols e pré-assistência), Athlético (1 gol), Flamengo (derrota, mas jogou bem) e Internacional (1 gol).

Então eu diria que Abel tentou, sim, escalar Endrick antes, mas não vinha vencendo os jogos. Foi a partir da mudança de sistema, que poderia ser chamado de 3-5-2, que o time se reencontrou, com a improvável dupla de ataque composta por Endrick e Breno Lopes.

O garoto jogou menos como centroavante e mais como um segundo atacante solto, essa sim a responsável, NA MINHA OPINIÃO, por sua evolução e consequentemente a do Palmeiras.

E o que isso tem a ver com política, conforme escrito no título desta coluna?

Tudo, pois futebol, assim como a política, é um jogo caótico, com infinitas situações aleatórias, que podem mudar os destinos de uma equipe de futebol ou de um governo, seja ele municipal, estadual ou federal.

Penso que as funções de um técnico de futebol são muito parecidas com as de um governante, pois cabe a ele organizar a equipe, motivá-la, trazer o público e liderar uma galera enorme na busca de objetivos comuns. Na próxima oportunidade discorreremos mais sobre isso, a menos que um assunto muito mais palpitante esteja em voga. Vamos discutir a política.

Tendo discutido futebol, na condição de palmeirense fanático, ficarei na torcida pelo 12º  título de Campeão Brasileiro. Avanti, Palestra!

 

Homero Pavan Filho

Jornalista