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Quanto custa a saúde?

Devido a atrasos nos pagamentos, os médicos plantonistas decidiram atender apenas urgências e emergências, o que foi chamado pela imprensa de greve.

Jomar Medeiros
Por: Jomar Medeiros Fonte: Da Redação
11/06/2023 às 20h00
Quanto custa a saúde?

Jacarezinho passou por um problema no mês de maio com a interrupção do atendimento a consultas eletivas no Pronto Socorro Municipal. Para quem não é familiarizado ao tema, as consultas eletivas são aquelas de menor gravidade e que, em geral, são feitas nos Postos de Saúde. Devido a atrasos nos pagamentos, os médicos plantonistas decidiram atender apenas urgências e emergências, o que foi chamado pela imprensa de greve.

A Santa Casa de Misericórdia é a responsável pela prestação dos serviços de pronto atendimento e, para dar conta de sua missão, conta com repasses e subvenções dos governos das três esferas administrativas – federal, estadual e municipal. Sempre que se fala em saúde é importante ter em mente que a responsabilidade é tripartite, ou seja, essas três parcelas atuam em conjunto, cada uma dentro de suas capacidades.

Devido à crise pela falta de pagamentos dos médicos, boa parte da população, com razão, ficou revoltada. Isso ocorre porque existe um hábito arraigado em muitas pessoas que, ao ficarem doentes, dirigem-se ao Pronto Socorro em busca de atendimento. Muitas dessas pessoas sequer conhecem o médico da unidade de saúde de seu bairro ou vizinhança.

Se por um lado essa crise causou transtornos, por outro mostrou a todos a falta que faz esse atendimento e o valor que devemos dar aos médicos e à Santa Casa. E aí vem a pergunta: quanto custa a saúde, a sua, a nossa saúde?

Segundo a administração da Santa Casa, há um déficit mensal de cerca de R$ 400 mil, divididos entre o Pronto Socorro e a Unidade de Terapia Intensiva – UTI. Desde que essa informação foi trazida a público pela primeira vez, no início do mês de março, acumulou-se, portanto, uma dívida de R$ 800 mil, que no mês que vem estará em R$ 1,2 milhão. O tempo da dívida corre mais rápido que o da política e, via de regra, esta última não alcança a primeira, que só cresce. Eram R$ 6 milhões em 2022, são R$ 8 milhões em 2023 (até março), e só Deus sabe a quanto estará no próximo ano.

À população interessa saber quando o atendimento será normalizado. E no momento em que estas linhas são digitadas, essa normalização já começou. Uma nova diretoria assumiu os destinos da Santa Casa de Misericórdia e os médicos, num voto de confiança, se dispuseram a prestar o atendimento normal até que se encontre uma solução para o pagamento dos valores atrasados. Os déficits mensais, no entanto, persistem, e as autoridades agora se debruçarão sobre o problema a fim de encontrar uma solução definitiva, ou ao menos duradoura para esse problema que se arrasta há anos.

Respondendo à questão colocada no título, saúde não tem preço.