Dia do Trabalho

O Dia do Trabalhador surgiu de uma greve operária nos Estados Unidos, em 1866, durante a Revolução Industrial, com objetivo de conseguir melhores condições de trabalho. De 1866 até os dias de hoje, muita coisa mudou, as relações trabalhistas evoluíram, juntamente com as leis que regulam as tratativas entre o trabalhador e quem necessita da mão de obra.

Havia em 1866 uma necessidade de mudança nas práticas trabalhistas, que à época podia-se fazer uma analogia ao trabalho “escravo”, com o trabalhador sem nenhuma voz, podendo somente executar aquilo que lhe era imposto, sem nenhuma participação quanto as condições de trabalho, seja insalubre, com grau de perigo ou condição degradante, e pior, sem nenhuma negociação quanto ao seu salário.

Muita coisa mudou nestes anos todos. Podemos dizer para melhor em muitos aspectos, para o trabalhador e para o empregador, pois foi criado um ambiente sério e salutar, baseado na legislação, que possibilita uma negociação direta, entre as partes, e cada uma delas defendendo suas prioridades e necessidades, e com relações trabalhistas firmadas em bases solidas, procurando sempre em consenso, atendendo as necessidades básicas de cada parte.

A história mostra que havia um grande desiquilíbrio de forças, com o advento de Leis Trabalhistas, hoje consolidadas no Brasil através da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, e inúmeras normativas que dizem respeito ao relacionamento trabalhista.

A mobilização no sentido de valorização do Trabalho, levou ao ápice esta discussão, quando levou a classe trabalhadora eleger os não o presidente da República do Brasil, como também muitos parlamentares ligados à esta direção, ou seja, com foco no trabalhador.

Estando a classe trabalhadora no poder e com bom discurso, às vezes demagógicas, foram editadas um numero significativo de leis e normas, sempre em beneficio do trabalhador, aí incluídas Leis ordinárias, emendas à Constituição, Normas regulamentares do Ministério do Trabalho, aparelhamento e disseminação da justiça do trabalho, que comumente considerava o trabalhador reclamante como “hipossuficiente”, com decisões comumente em desfavor do reclamando.

Além da questão trabalhista, mas ligado a ela, foram criados inúmeras obrigações, impostos e taxas para aqueles que empreendem, chegando ao cumulo de ser mais prudente financeiramente não empreender.

Do meu ponto de vista, o desequilíbrio de outrora havia dado uma guinada para o lado contrário, pois estava e ainda está oneroso, burocrático, e cheio de normas de difícil execução para aquele que sonha empreender.

Este desequilíbrio só foi quebrado, em parte, pela reforma trabalhista recente, capitaneada pelo governo Temer, que ainda pode ser melhorada e atualizada, buscando sempre o equilíbrio, o trabalhador e o empregador.

Devemos sim comemorar o Dia do Trabalho, lembrando do conceito, de quem é o trabalhador; pois todos são, o empresário/o empreendedor, que também são trabalhadores, pois o seu trabalho é de criação de novos postos de trabalho, para outrem, e isto é tão ou mais significante que qualquer trabalho obreiro.

Viva o Dia do Trabalho, pois todos nós somos, ou deveríamos ser, trabalhadores!